Um dos projetos mais recentes do empreendedor Celso Fortes foi tema de notícia no mais popular portal de notícias brasileiro, o G1. 

O portal brasileiro pertence as Organizações Globo, uma dos maiores conglomerados de notícia do mundo e tem 510,4 milhões de visitas por mês. 

O site destacou o ineditismo da criação brasileira Açougue Vegano e essa história pode ser conferida, na íntegra, abaixo, ou AQUI.

Açougue Vegano é o nome do novo empreendimento, que vai funcionar no Mercado dos Produtores, localizado dentro do Shopping UpTown (Avenida Ayton Senna, 5.500). A iniciativa carioca é dos chefs Celso Fortes, de 40 anos, e Michele Rodrigues, 32 anos.

A carta de produtos do Açougue Vegano conta com 16 itens, com preços que vão de R$ 5,90 a R$ 19. Segundo os responsáveis pelo empreendimento, as carnes vegetais vão conseguir a proeza de agradar até mesmo os carnívoros mais convictos. Há quibes, hambúrgueres, linguiças – feitas com blends de legumes -, presunto – produzido com soja e uma massa de glúten chamada seitan -, e até bacon – feito com coco e uma essência natural que garante o sabor defumado.

“O bacon de coco é impressionantemente parecido com o suíno. O hambúrguer de shitake e shimeji é até mais gostoso que o de carne animal. Temos ainda carne moída de soja, que pode ser usada em qualquer receita com sucesso de sabor”, garante o chef Celso Fortes.

Estabelecimentos semelhantes já são sucesso no exterior. No Brasil, o primeiro açougue vegano foi inaugurado em São Paulo, no ano passado.

“A palavra açougue, de acordo com o Dicionário Houaiss, se refere ao local onde se vendem carnes e, também, ao “local onde se abatem animais para consumo”. Sua etimologia, porém, tem origem árabe e significa “mercado, feira”.

Foco no consumidor
Segundo Fortes, 90% dos produtos do açougue são receitas exclusivas assinadas por ele e a sócia Michele. A dupla criou, ainda, uma seção chamada “Amigos do Açougue”, na qual outros produtores poderão vender os seus produtos. Para participar, o fornecedor precisa garantir que o preço no Açougue Vegano será o menor da cidade.

“Também somos consumidores e a gente sempre sofreu com os preços altos do mercado. Produtos veganos acabam sendo comercializados por um preço muito superior, e a gente definiu que iríamos cobrar preços mais competitivos. Se uma coxinha na lanchonete custa R$ 5 reais, não vamos vender a nossa por R$ 10”, afirmou Celso.

A vedete da casa
Por falar em coxinha, o quitute feito pela dupla de chefs leva jaca no lugar de frango e é a vedete da casa. No ano passado, Celso e Michele foram premiados pela Sociedade Brasileira de Veganismo por produzirem a melhor coxinha de jaca do país.

Coxinha de Jaca dos chefs Celso Fortes e Michele Rodrigues foi eleita a melhor do gênero pela Sociedade Brasileira de Veganismo (Foto: Açougue Vegano/Divulgação)

“A receita não leva ovo nem leite. Se a gente não fala que é de jaca, a pessoa que a come acha maravilhoso o frango do recheio”, brinca Celso.

Segundo o chef, o segredo que garante a semelhança com a carne da ave é usar a jaca verde, o que elimina o cheiro forte e característico da fruta. “Trabalhamos a fruta com duas percepções, que é a textura e o sabor”, ressaltou Celso.

A coxinha de jaca é um dos dois produtos que os clientes do açougue poderão comer lá mesmo, quentinhos. O outro é o espetinho de carne vegetal. O foco do estabelecimento, porém, é que o cliente leve o produto para preparar em casa.

“Todos os nossos produtos são naturais, sem conservante. Eles são congelados e têm validade de até três meses”, destacou Celso Fortes.

Kafta é outro destaque do Açougue Vegano, inaugurado na Barra da Tijuca, no Rio (Foto: Açougue Vegano/Divulgação)

‘Salvamos o churrasco’
Celso Fortes conta que tão logo começou a circular a informação sobre a inauguração do Açougue Vegano na Barra da Tijuca, ele e a sócia Michele passaram a receber “uma enxurrada” de mensagens de vegetarianos e veganos se dizendo entusiasmados e agradecidos pela novidade.

“Recebi um email de uma menina pedindo que abríssemos já na sexta-feira, que é feriado no Rio [20 de janeiro, Dia de São Sebastião, padroeiro da cidade] para que ela pudesse levar carne para um churrasco. Ela disse que não aguenta mais ir a churrasco e só comer arroz, farofa e molho à campanha”, contou o chef.

Confiante nos produtos que faz, Celso Fortes garante: “Salvamos o churrasco!”.

Delivery e restaurante itinerante
Por enquanto, o Açougue Vegano irá funcionar de terça a sexta-feira, das 12h às 19h, e aos sábados e domingos entre 9h e 18h. Para fevereiro, os chefs pretendem implementar o serviço de delivery, com entrega em toda a capital.

Para março, o plano de Celso e Michele é fazer um restaurante itinerante. “Promoveremos jantares para grupos de até sete casais, ou seja, 14 pessoas. Esse era o nosso projeto inicial. Mas, depois percebemos que valia investirmos no açougue”, contou.

Chefe vegano, pero no mucho
Curiosamente, embora tenha sido criado por uma tia vegetariana, o chef Celso Fortes é carnívoro. A sócia Michele quem é vegana convicta. Eles se conheceram na faculdade de gastronomia, cujo curso concluirão este ano.

“Depois que conheci a Michele e a gente começou a fazer receitas veganas, eu diminuí 80% do meu consumo de carne animal”, contou Celso. O motivo da mudança de hábito, segundo ele, está no sabor dos produtos desenvolvidos em parceria com a amiga.

Hambúrguer vegano é feito com blend de cogumelos (Foto: Açougue Vegano/Divulgação)

O chef pondera que a maioria das pessoas tem resistência em aderir à alimentação sem produtos de origem animal não somente por sentir falta do sabor da carne, mas pela comodidade e facilidade em encontrar produtos que atendem ao hábito carnívoro.

“Mas acho que o grande problema de quem come carne em se adaptar à culinária vegana é a questão da textura dos alimentos”, destacou. Segundo Celso, este foi um dos pontos que ele e a sócia se preocuparam bastante ao criarem as receitas. Eles buscaram garantir uma textura consistente e semelhante à da carne animal.