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Texto, na íntegra, da reportagem reproduzida pelo portal InfoMoney Bloomberg

Indicadores econômicos mostram aumento no número de pedidos de falência e recuperações judiciais nos últimos anos. Empreendedor brasileiro dá orientações para PMEs voltarem a prosperar

Copa do Mundo, crise econômica, eleições presidenciais conturbadas, Olimpíadas e impeachment. O último triênio foi marcante para o Brasil, em especial para uma geração de empreendedores novatos. Animados com bom momento da economia na “Era Lula”, muitos concretizaram o sonho de ter um negócio próprio. Eles só não imaginavam vivenciar tantas dificuldades em tão pouco tempo.

E as consequências dessas surpresas não foram nada animadoras, afinal os registros de falência no Brasil não param de crescer. De acordo com o Indicador de Falências e Recuperações do Serasa Experian em 2014 foram registrados 1.611 requerimentos. No ano seguinte foram 1.783 e até setembro deste ano a realidade não é nada animadora: mais de 1.400 companhias já fecharam.

– Vale lembrar mais da metade dos registros são de micro e pequenas empresas. Os dados deste ano mostram um aumento de 6% em relação ao mesmo período de 2015 – indica o empreendedor digital Celso Fortes ao citar informações do indicador do Serasa.

Especialista em publicidade, Celso precisou diversificar os serviços da sua agência digital para continuar com as contas no azul. Criador e CEO da Novos Elementos e do recém lançado Bistrô Digital, Fortes comemora o fato de ter atravessado uma das piores fases da economia brasileira e retomar os planos para a comemoração da primeira década da sua empresa.

– Em 2017 vamos comemorar 10 anos de existência. Não foi nada fácil chegar até onde estamos, mas posso dizer que estas situações marcantes funcionaram como verdadeiras lições de vida. E não carregarei essa experiência sozinho. Minha equipe tem participação fundamental nesse processo. – enaltece.

Com base nessa experiência empreendedora, Celso Fortes compartilha abaixo cinco práticas e ensinamentos que o ajudaram a enxergar um horizonte mais tranquilo ainda este ano.

Mexa-se – Mas saiba para onde deseja ir. Em tempos críticos o empreendedor não pode se perder no desespero e no isolamento. É necessário abrir os horizontes, trocar ideias com os profissionais da empresa e dar chances para projetos antigos ou inusitados. A Novos Elementos era uma empresa focada na criação de sites e de aplicativos. Começamos a realizar um esforço comercial e profissional em outros serviços – atendimento em mídias sociais e inovações mobile – e em poucos meses constatamos que a equipe respondia bem aos novos temas. Isso ajudou a aumentar a lucratividade.

Reuna a equipe – São tempos  difíceis, logo não adianta colocar mais pressão negativa em cima dos ombros dos outros. Seja claro com a equipe, exponha a situação do mercado e divida com eles a responsabilidade de alcançar novos patamares. No meu caso essa missão foi “mais suave” pois sempre preferi contratar profissionais com características empreendedoras. Pessoas que olham apenas para o próprio umbigo são nocivas e vão sepultar ótimas ideias. Ficar “empurrando” os profissionais o tempo todo prejudica o andamento dos negócios. Delegar as funções mais básicas e focar apenas naquilo que é primordial te manterá mais animado e inspirado a crescer.

Dedique-se – O empreendedor é a melhor representação do próprio negócio. Então, a melhor coisa a fazer é respirar o mercado/atividade e não se acomodar com o mau momento. Aprimorar esta postura é uma forma de aumentar a eficiência em reuniões e os eventos. Estar bem antenado com o que acontece com a empresa é fundamental para se manter atualizado e preparado para o que der e vier. Outra coisa, os colaboradores da sua empresa sentem a sua animação e são influenciados pelo seu estado de espírito e animação. Portanto, nada de esmorecer!

Networking – Repito: “O empreendedor é o principal PDV (Ponto de venda) da marca”. Todo e qualquer contato é uma maneira de “vender” os serviços. Logicamente que você não deve virar o “chato” que vai ficar enfiando produtos goela abaixo dos outros. Pense como suas atividades são importantes e podem ser úteis para as pessoas. Além disso, essa é uma boa forma de obter feedbacks espontâneos e analisar se o seu convívio social é realmente útil para o estilo de vida empreendedor. Não tenha medo de selecionar com quem você vai conviver. Para prosperar é preciso aprender a selecionar com quem você vai gastar o seu tempo.

Desapegue – Não adianta ficar em cima do projeto a todo instante. Assim como qualquer relação humana, esse “apego” vai te desgastar emocionalmente e posso te dizer mais: isso configura falta de convicção. Planeje o trabalho com profissionais sérios e saiba confiar nas próprias escolhas. Caso o formato inicial comece a mudar ou existirem melhores opções, não existe vergonha alguma em aceitar as alterações ou o feedbacks dos colaboradores que estão com a “mão na massa”. Se ainda assim o projeto não for para frente, não perca muito tempo sofrendo a perda do seu “amor”. Aprenda o que for necessário e siga em frente. Outros “amores” surgirão.