O Portal UOL publicou uma matéria sobre aplicativos próprios com Celso Fortes, CEO da agência Novos Elementos.
Na entrevista o especialista em comunicação digital da agência de marketing falou sobre o modelo de negócios que a empresária Adriana Sant’anna usa em seu app.
Confira AQUI, ou abaixo, na íntegra:
Via app, Gio Ewbank e outros famosos cobram para ver você (e serem vistos)
Talvez cansados de distribuírem grátis o que há de mais caro e cobiçado no mundo da fama, Giovanna Ewbank, Bruno Gagliasso, Claudia Leitte e a ex-BBB Adriana Sant’anna encontraram uma nova forma de ganhar dinheiro com a curiosidade dos fãs. Eles apostaram na criação de seus próprios aplicativos, onde publicam o que antes provavelmente seria estampado em uma revista de celebridade ou em suas redes sociais e canais de YouTube.
O atrativo para quem baixa o app no celular é receber conteúdo exclusivo sobre o ídolo. Mais que isso: fãs que instalam a ferramenta (o que é grátis) e assinam (pago por mês ou ano) podem ser vistos ou interagir com o seu famoso preferido.
Em geral, a aparência desse tipo plataforma é parecida com a de uma rede social: há um “feed” e quem paga fica visível para a celebridade. Promete-se ainda que ela vai interagir com os seus súditos pagantes na forma de “likes” e mensagens.
Uma das pioneiras a adotar o aplicativo como ferramenta de interação e monetização é a ex-BBB Adriana Sant’anna, seguida por 3,5 milhões no Instagram. O seu aplicativo já tem quatro anos e 400 mil downloads -a anuidade custa R$ 16,99. A influenciadora digital publica dicas de maternidade (ela tem dois filhos pequenos), dicas de beleza e estilo de vida. O marido dela, o também ex-BBB Rodrigo, também tem um aplicativo.
No ano passado, Claudia Leitte e Felipe Neto, que tem mais de 20 milhões de inscritos em seu canal YouTube, lançaram seus respectivos aplicativos. A cantora tem pelo menos 10 mil downloads, no Google Play, e Felipe Neto já ultrapassa 1 milhão só para o sistema Android – a Apple Store não informa seus números.
Os fãs do youtuber até têm acesso a algum conteúdo gratuito no aplicativo – a última atualização tinha quatro dias quando essa reportagem foi escrita -, mas o “recheio” mesmo está na parte reservada aos assinantes, que pagam R$ 9,49 por mês.
Com 13,8 milhões de seguidores no Instagram e 637 mil inscritos no YouTube, Claudia Leitte negocia com os fãs pelo sistema de recompensas. Eles pagam por estrelas que formam um ranking entre os assinantes. Quanto mais estrelas, mais chances de serem vistos por Claudia e de participar de concursos promovidos por ela. O pacote de estrelinhas mais em conta sai por R$ 3,50 e o mais caro, R$ 329,90.
Apesar de números díspares, os aplicativos ajudam a aumentar os seguidores nas redes sociais, como explicou o especialista em mídias digitais, Celso Fortes, CEO da empresa Novos Elementos, agência focada em internet e marketing digital, que administra o app de Adriana.
“Quando a Adriana começou com o app, tinha 700 mil seguidores no Instagram. Atualmente tem 3,5 milhões. Um ajudou o outro”, explica.
“O aplicativo é um acesso direto e seguro com o público. O Instagram pode mudar o formato de um dia para o outro e o artista perde o contato com o fã. A assinatura tem o conceito do Netflix, que é ter acesso a conteúdo exclusivo relevante em qualquer lugar e momento”, completa Fortes.
O casal Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank se reinventou graças às redes sociais (somados têm 18,4 milhões de seguidores no Instagram) e ao YouTube. Com 2,6 milhões de inscritos, o canal Gioh tem vários programas, o de maior audiência é gravado na cama do casal, onde ela recebe über famosos para entrevistas. O vídeo com Bruna Marquezine, feito há dois meses, teve 5 milhões de visualizações.
“No YouTube, 1 milhão de views gera cerca de R$ 300. Só ganha dinheiro quem tem muitos milhões, a não ser que faça publicidade dentro dos vídeos. Já no aplicativo, ganha-se na assinatura. O repasse dos grandes players [Google e Apple, por exemplo] é de 70%. Então a partir de 10 mil downloads já começa a ganhar bem. A proporção assinaturas é em torno de 40% a 60%”, afirma o especialista.
Os aplicativos do casal Gagliasso Ewbank funcionam no esquema de compra de estrelas, mas também há a opção de assinatura mensal, por R$ 9,99. Quem paga tem acesso a conteúdos exclusivos ou mesmo ver material com antecedência. Na última segunda-feira (16), por exemplo, eles chegaram ao arquipélago de Fernando de Noronha e Bruno fez um vídeo sobre o casal de amigos, o jogador Kaká e sua namorada, Carol Dias. Gratuito, só a legenda do vídeo, que poderia ser visto somente por assinantes.
A tendência de crescimento desse mercado é certa, mas o especialista alerta que é preciso ter responsabilidade com o público que aderir a essa ferramenta. “Há uns dois anos uma ex-panicat lançou um aplicativo, mas estava em um momento de muito trabalho e não conseguiu gerar conteúdo. Tem que ter comprometimento, responsabilidade com o seguidor. Pode estar no hospital, mas tem que gerar alguma coisa.”
Antes da Copa do Mundo, Neymar também vai colocar em campo o seu app. Alguma dúvida que vai ser um sucesso?