Em artigo escrito para o portal de Comunicação e Marketing, o especialista em comunicação digital e CEO da agência digital Novos Elementos apontou que até o fim da década a maioria dos artistas, jornalistas e influenciadores terão ferramentas com seus nomes, conteúdos, informações sobre si ou suas marcas

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*Por Celso Fortes, especialista em comunicação digital e CEO da agência Novos Elementos

Enquanto escrevo este artigo ouço “Lovefool”, o sucesso da banda The Cardigans em 1996. Talvez empolgado pelas promessas de amor da música, me convenço a decretar o seguinte: até o fim dessa década a maioria dos artistas, jornalistas e influenciadores terão aplicativos com seus nomes, conteúdos, informações sobre si ou suas marcas.

Vai ser algo tão comum quanto ter um novo álbum, um novo DVD, um novo show ou novo livro. Os motivos são claros e fáceis de entender. Primeiro por que nada é mais pop, segundo porque ter um aplicativo é uma proposta lucrativa.

Assim como Michael Jackson inovou a produzir videoclipes nos anos 80, o RadioHead surpreendeu em 2007 ao permitir que fãs decidissem quanto queriam pagar pelo novo álbum “In Rainbows” e ainda sim fizeram um sucesso estrondoso, a cultura popular está pronta para que fãs, seguidores ou leitores baixem um aplicativo gratuito, com conteúdo original à baixo custo e feito diretamente do ídolo para ele.

O rapper JAY-Z é um exemplo de artista quem entendeu isso com perfeição. Em 2014 ele lançou o app de streaming Tidal, um software de música, com a chancela de um dos maiores músicos do mundo. Perceba como a combinação do feeling musical com a cultura nerd é perfeitamente pop.

Agora toda a distribuição de conteúdo pode ser feita por meio das lojas de aplicativo Google Play e App Store. Gravadoras, produtoras, canais de notícias ou meios físicos não mais são obrigatórios para conseguir chegar até os consumidores. Especialmente se esse consumidor é fiel e admira o seu trabalho com intensidade.

Isso não é promessa de amor, como canta o hit do The Cardigans. Isso já ocorre, na prática, até no Brasil. Na agência Novos Elementos vemos isso acontecer diariamente com os milhares de fãs da influenciadora digital Adriana Sant´Anna.

Adriana é empresária e mãe a pouco tempo. Ela concentra 3,1 milhões de fãs apaixonados por suas opiniões sobre a maternidade, dicas de beleza, viagem e empreendedorismo. Nos conhecemos em 2015 e ela topou investir em um aplicativo próprio para se comunicar com o público e ganhar autonomia do YouTube e o Instagram.

Desse modo a Novos Elementos entra com a tecnologia e ela fica responsável pela produção do conteúdo. Os lucros são divididos meio a meio. Um mês depois lançamos o app Adriana Sant´Anna e a novidade foi um sucesso, contando com forte adesão dos mais de 1 milhões de seguidores que ela tinha na época.

Para o leitor ter uma ideia, nós chegamos a ficar à frente do Whatsapp como o app mais baixado do Brasil por alguns dias. Hoje a base de fãs dela no Instagram triplicou – 3,1 milhões de seguidores – e já atualizamos seu aplicativos constantemente para sempre mantê-lo seguro e de acordo com as tendências.

Um outro exemplo recente é o jornalista e colunista Léo Dias. Há pouco tempo Léo lançou um aplicativo próprio para se aproximar dos leitores e disseminar suas notas sobre o mundo das celebridades com maior liberdade criativa. Pouco a pouco vem experimentando a força das interações digitais.

Os produtores de conteúdo precisam entender que o aplicativo é uma carta branca, uma forma de derrubar por terra a última barreira criativa e de controle que os engessa e os torna inacessíveis a realidade dos fãs. É um salto da zona de conforto, um meio de conquistar o maior bem de todo o mercado atual: a atenção dos usuários de smartphones.

A competição sempre será grande, mas os valores e a capacidade de engajamento que os artistas, jornalistas e influenciadores tem e terão daqui para frente será mais poderosa e intensa do que nunca. Quem não se preparar para isso vai continuar a vender produtos com o mesmo potencial que uma fita K7 tem em relação a um iPhone X.